Kleber Augusto Lopes e Luciana Dalarmelina Santos – SENAC-ES

Conhecida como “aipim” pelos capixabas e como “macaxeira” pelos nordestinos, a mandioca, eleita o alimento do século pela Organização das Nações Unidas (ONU) é uma raiz tuberosa de ótimo desempenho agronômico e nutricionalmente importante.

 

Por representar a identidade cultural nacional, a versatilidade da mandioca faz com que ela esteja presente na mesa dos brasileiros, trabalhada através de alguns métodos de cocção: cozida, frita e creme. Vale enfatizar que a maioria dos bares e restaurantes apresentam em seu cardápio algum preparo com mandioca, como os clássicos: mandioca cozida ou frita acompanhando vários preparos a base de carne.

O rendimento desta matéria prima é notável, considerando não somente a polpa, mas como também a utilização da casca, folha e talo. Na região Norte do Brasil, por exemplo, destaca-se o tucupi, um caldo da mandioca brava, com tempo de preparo de 24 horas para inativação do ácido cianídrico (tóxico), que é utilizado em preparos como o tacacá e o pato no tucupi. A maniçoba, outro prato típico feito a partir das folhas da mandioca brava (maniva), dá origem à conhecida feijoada sem feijão. A tiquira, aguardente originária indígena, produzida a partir da mandioca, de cor roxa, atrai muitos apreciadores.

O churrasco do Centro Oeste tem a mandioca cozida com manteiga, e também é apreciada vaca atolada, originária dos tropeiros, um cozido de carne bovina com mandioca.

Na região Nordeste, o consumo da mandioca é presente em todas as classes sociais, não somente pela facilidade do cultivo, mas também por conferir saciedade para os mais carentes. Podemos citar como tradição, o bolinho de estudante, bobó, escondidinho, bolinho de aipim, ou a carne de sol frita na manteiga de garrafa com cebola, e acompanhada, claro, da macaxeira frita. Pelo advento da tecnologia, a cerveja feita a base da mandioca é uma realidade empreendedora.

No Sudeste podemos considerar a produção de inúmeros subprodutos da mandioca: polvilhos, féculas e farinhas que originam preparos expressivos como pão de queijo, biscoito de polvilho, puba, chipa e o bolo de aipim com coco.

Uma curiosidade interessante é a grande produção de diversas farinhas a partir da mandioca na região Sul do Brasil, principalmente no Estado de Santa Catarina.

Em reconhecimento e valorização deste alimento poderoso, o OPANES vem por contribuir na observação de sua diversidade cultural gastronômica pelo Brasil, através de pesquisas, estudos de caso, receituários de pratos típicos, aproveitamento integral, entre outros, para enaltecer este alimento do século.

Por todas estas características enfatizadas pela sua versatilidade, a mandioca é a estrela principal de muitos bares e restaurantes. O Mistura’s Bar, localizado no município de Vitória, no Espírito Santo, inclui a mandioca em inúmeras possibilidades no seu cardápio. O proprietário Edmilson, vulgo ‘Barriga’, iniciou sua trajetória empreendedora no Curso de Cozinheiro do Senac, e enxergou a mandioca como salto de sucesso e aceitabilidade.

Desta forma, a proposta do DR ES é observar e apresentar a trajetória de sucesso no negócio de alimentação, através de entrevista remota, e/ou vídeos explorando ideias/relatos como: a concepção e manutenção do cardápio; a logística de compra e armazenamento da matéria prima; pratos mais vendidos; identidade gastronômica da empresa; adesão e fidelização do cliente, entre outros.

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