Kleber Augusto Lopes e Luciana Dalarmelina Santos – SENAC-ES

A partir do século XIX, o Estado do Espírito Santo recebeu inúmeros imigrantes europeus, assim, uma mistura de raças se faz presente na tradição e nos costumes dos capixabas. Destacam-se os imigrantes italianos que trouxeram muito de sua cultura alegre e alimentos tradicionais como: polenta, ministroni, anholini, tortei, sopa, pavese, risoto e o socol.

O município de Venda Nova do Imigrante, na região de montanhas do estado, é forte no agroturismo. Muitas famílias tradicionais recebem em suas propriedades turistas para conhecerem as produções de inúmeros alimentos, o que sem dúvidas gira o agronegócio e o desenvolvimento local.

O socol é um destes produtos, terroir, produto local. É produzido de forma artesanal, conforme receita original, sendo mantida viva pelas famílias italianas. A palavra socol vem de “ossocolo” que significa carne de pescoço em italiano, rica em gordura. O socol produzido no estado foi adaptado para o paladar do capixaba utilizando então o lombo do porco, uma carne mais seca.

Trata-se de um embutido temperado com pimenta do reino envolto numa película chamada peritônio deixando curada por no mínimo seis meses. Quem experimenta, garante que é uma experiência única de sabor, textura e história cultural alimentar.

A Associação dos Produtores de Socol de Venda Nova do Imigrante (Assocol), recebeu em 2018 a Indicação Geográfica (IG) que é utilizada para conhecer a procedência de serviços ou produtos, quando as características do que é comercializado remetem ao local de origem ou no momento que a área se tornou mais conhecida. A história do socol capixaba é um exemplo claro inserido na globalização alimentar, nos dando o privilégio de apreciar este produto. Daí é onde citamos a importância da valorização da cultura local, fomentada pelo turismo, afinal socol fora da Itália, somente o de Venda Nova do Imigrante!

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