Rossandra Numeriano - SENAC-AL
O prédio ainda abriga lojas de empreendimentos de economia solidária, que comercializam artigos de artesanato da terra. Além disso, há boxes destinados à venda de frutas, verduras, artigos de papelaria e alguns serviços.
Com 57 lojas, o Mercado de Jaraguá é um dos primeiros objetos do processo requalificação de mercados e feiras de Maceió, que vem sendo desenvolvido pela Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Trabalho, Abastecimento e Economia Solidária (Semtabes), em parceria com o Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e outros órgãos públicos municipais, estaduais e federais. O objetivo é explorar o potencial turístico do estabelecimento como polo gastronômico.
HISTÓRICO
Desde os meados do século XIX, quando Jaraguá também se consolidou como uma importante área residencial de Maceió, que os moradores cobravam a construção de um mercado público no bairro.
No final daquele século a reivindicação cresceu principalmente após a instalação do mercado público no Centro, onde hoje está localizada a Secretaria de Educação.
Atendendo a esta demanda, a Lei Orçamentária do município para 1899, publicada em fevereiro daquele ano, autorizou o Intendente “a construir um pequeno mercado em Jaraguá no lugar que julgar conveniente, logo que o permitirem as forças do cofre”.
Ao que tudo indica, as “forças do cofre” não permitiram e o mercado somente surgiu anos depois e mesmo assim pelas mãos da iniciativa privada. Foi inaugurado em junho de 1904. Não foi possível localizar onde funcionava o prédio construído pela firma Coura & Cavalcante.
A sua existência deve ter sido curta, considerando que em fevereiro de 1911 o jornal Gutenberg cobrava a reabertura do Mercado, “outrora estabelecido pela operosidade indiscutível de dois cidadãos desta capital”. Argumentava o jornal que tal iniciativa seria de máximo proveito não só para Jaraguá, mas também para o bairro do poço.
No início do governo de João Batista Acioli Júnior, que assumiu em junho de 1915, foi autorizada a construção do novo Mercado de Jaraguá. Segundo o relatório do governo apresentado em março do ano seguinte, o local escolhido atenderia também as populações dos bairros do Poço, Mangabeiras e Pajuçara.
O terreno selecionado foi o da antiga pracinha de Santo Amaro, na Av. Comendador Leão. A planta do prédio foi elaborada pelo engenheiro Hermelindo Lins, preenchendo as ‘condições estéticas’ e as ‘necessidades de higiene tão precisas aos estabelecimentos de tal natureza’.
“O Mercado de Jaraguá constituirá, certamente, um melhoramento da mais alta importância para os habitantes desta zona os quais já não terão necessidade de recorrer ao Mercado de Maceió, tão distante que se acha do centro de sua intensa população, proporcionando-lhes em dúvida vantagens econômicas bem sensíveis”, concluiu o relatório do governador apresentado em março de 1916, quando o edifício ainda estava em construção.
A Av. Comendador Leão era a antiga Estrada Nova, via aberta nos idos de 1870 para interligar o bairro do Poço ao de Jaraguá. Segundo J. F. de Maya Fernandes, em Histórias do Velho Jaraguá, era um logradouro onde moravam pessoas pobres.
Estrada Nova alterou a sua denominação em homenagem a Luiz de Amorim Leão, falecido em 29 de maio de 1907. Foi o fundador da Usina Leão onde antes existiam os engenhos Utinga, Oficina e Boa Paz, em Rio Largo.
O prédio do Mercado de Jaraguá foi inaugurado em 19 de dezembro de 1916, quando o intendente da capital era Ignácio Uchôa. A solenidade de inauguração teve início às 5h da manhã, com uma missa campal e logo em seguida a abertura dos portões. Foi batizado como Mercado de São José.
O seu primeiro administrador foi Antônio Duarte. O adjunto era José Elias Uchôa e para inspetores foram nomeados Moisés Coelho da Silva e Manoel Accioly de Moraes Cahet. Entre 1927 e 1929, o administrador era José Elias Uchôa.
Em 1953, os jornais informavam que a pavimentação em paralelepípedo seria estendida para o trecho da mesma via, no bairro do Poço.
Esta área da antiga Estrada Nova sofreu inundações durante as várias cheias que atingiram Maceió na primeira metade do século XX.
Na enchente de 1924, por exemplo, as águas na Av. Comendador Leão chegaram a atingir um metro, deixando a rua intransitável, ou somente transitável utilizando canoas e jangadas.
Não foi possível colher informações mais detalhadas sobre as manutenções que o prédio do Mercado de Jaraguá recebeu e como funcionava nesses períodos. É provável que a estrutura tenha sofrido desgastes durante as décadas em que lá funcionou o mercado.
GALPÃO – Jornais de outubro de 1967 informam que o edifício estava em reformas naquele período. Segundo moradores e feirantes mais antigos, o prédio foi demolido nos anos 60 e um galpão foi construído ocupando uma área maior que a anterior. A nova estrutura tinha treliças de ferro e telhas de amianto, uma novidade para a época.
O comércio em seu interior, entretanto, não prosperou como se esperava e, no final dos anos 70, o espaço foi alugado ao Supermercado Capibaribe, que permaneceu no local até 1990.
Após a saída do supermercado, o galpão esteve fechado até 1994, quando o prefeito Ronaldo Lessa iniciou uma ampla reforma somente concluída e inaugurada durante a gestão da prefeita Kátia Born, no dia 21 de agosto de 1998.
Vários boxes foram construídos para atender os feirantes que há anos comercializavam na área do entorno do mercado. Além dos espaços para feira, o local também recebeu restaurantes e lojas de artesanato.
Hoje, o antigo Mercado de São José perdeu alguns feirantes, mas continua a atender a uma pequena clientela que ainda compra mantimentos nos poucos boxes destinados a esse fim. A maior parte do galpão foi transformada em um dos pontos de referência da culinária alagoana. O café da manhã regional atrai turistas e moradores da cidade, contribuindo para manter viva a economia em Jaraguá e a história do segundo mercado construído na capital.
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