Júnior Lisboa – SENAC MA e Raul Lody

O Mercado Central (1864) é o mais antigo de São Luís. Este mercado, como os demais mercados populares e tradicionais, oferece ao público uma infinidade de produtos artesanais para as cozinhas, como colheres e pilões de madeira, abanos de fibras, objetos de flandres como funis e lamparinas; ervas medicinais; doces caseiros, como o “doce de espécie” – tipo de queijada recheada com coco –; bebidas como a tiquira – tipo de aguardente de mandioca –; ingredientes frescos, como folhas, frutas e leguminosas; variados tipos de farinha de mandioca; peixes como tambaqui, tabatinga, curimatã, piau e pacu, todos do terroir maranhense; e ainda, peixes e camarões secos e salgados.

O Mercado Central possui 450 estabelecimentos, e mantém, direta e indiretamente, mil trabalhadores em média, além de todas as pessoas envolvidas na logística do processo; assim, gera renda para quase 2.500 pessoas, incluindo flanelinhas e carregadores de sacolas.

O vendedor faz o possível para atrair a atenção do freguês. Não basta os produtos permanecerem à mostra, pois o vendedor faz questão de enfatizar que o produto dele é o melhor e, para comprovar que está certo, ele oferece uma “provinha” para as pessoas experimentarem.

É comum ouvir expressões como: “hoje está docinha”; “laranja desse jeito você só encontra aqui”. Depois de ter a atenção do cliente, o vendedor lança mão de outros artifícios, como a simpatia, a garantia de qualidade e até mesmo a autovalorização para conquistar a confiança do cliente.

Destaque para um produto tradicional e consagrado do Mercado, que é a carne de sol do vendedor muito antigo. Para qualquer pessoa que se pergunta qual é a melhor carne de sol, sempre vai ouvir a mesma referência; e o vendedor garante: “Minha carne de sol é um dom de família, eu herdei do meu pai e passei para os meus filhos que passaram depois para os netos, e dizem que a minha é a melhor da cidade”.

Também existem os feirantes queridos por todos, são os chamados “camaradas”, “parceiros”, “compadre”.  A “política de boa vizinhança” é facilmente percebida neste caso, eles conversam entre si, riem, contam piadas, sempre com muito bom humor. Em uma situação corriqueira, um empresta mercadoria para o outro caso a dele já tenham acabado para que ele não perca o seu cliente.

Eles funcionam como uma comunidade, onde existe uma ordem hierárquica que os distinguem. Os mais velhos não só possuem autoridade sobre os demais como também são portadores de mais sabedoria. Sempre têm conselhos para tudo, sabem lidar com diversas situações inusitadas e ainda contam histórias de “causos populares”, lendas urbanas e coisas que já viram durante o tempo que ficaram lá. Dessa forma acabam por conseguir a atenção dos demais, inclusive dos consumidores que sempre se dispõem a ouvi-los.

Muito convincente também são os vendedores de garrafadas e lambedores, que prometem solucionar problemas que vão desde gripe a miomas, micoses na pele, dificuldade para engravidar e, em alguns casos, prometem até curar alguns tipos de câncer, como úlceras. Tomando uma simples colher de sopa da garrafada ou do lambedor por dia. Se o problema for muito grave, recomenda-se duas.

O Mercado Central é uma representação comunitária da cultura maranhense pelo que representa de organização social e econômica, sendo também um retrato da produção regional de ingredientes, e demais produtos integrados aos sistemas alimentares do Maranhão. Por tudo isso, o Mercado Central é considerado pela população como um patrimônio cultural.

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