Frutas e frutos, fazem o foco das observações de OPANES em 2023
A formação multicultural das diferentes cozinhas brasileiras ocorre num cenário de verdadeira globalização, a partir do século XV, com o início das Grandes Navegações de Portugal na sua busca pelas especiarias, o que possibilitou inúmeros encontros comerciais e culturais entre as civilizações do Ocidente e do Oriente.
Esses encontros fizeram com que os sistemas alimentares do mundo se ampliassem e se transformassem; e, ainda, dispersou a biodiversidade de territórios da Ásia, do continente africano; da Europa e do Oriente Médio mediterrâneos; das Américas; e do Caribe.
Assim, frutas e frutos ganham destaque nas orientações alimentares pelas suas variedades, tanto no consumo in natura quanto nas receitas, salgadas e doces; e ainda nas bebidas.
As frutas e os frutos assumem também papeis simbólicos, sociais e religiosos, além de outros significados que revelam a história e o pertencimento a uma tradição, a um povo.
Todos estes fatores são construtores da multiculturalidade na comida e na alimentação do brasileiro. São cozinhas que atestam os biomas e as matrizes etnoculturais, e que revelam ricos acervos na alimentação e na construção de um sentimento de alteridade.
São frutas e frutos exóticos, muitos que chegaram naquela primeira globalização, tais como: jaca, fruta-pão, carambola, manga; jambo, tamarindo, uva, romã; maçã, laranja, limão, coco; e, cana de açúcar; entre tantos outros, que estão unidos às frutas e aos frutos nativos: caju, goiaba, araçá, pitanga; maracujá, abacaxi, araticum; umbu, licuri, mangaba; entre outras, que passaram a fazer parte dos sistemas alimentares.
Raul Lody