Uelcimar Santos - SENAC-BA
Transita-se entre aves, suínos e caprinos, vivos ou abatidos, além das folhas que atendem à dona de casa e às celebrações religiosas. Curar o mau olhado, espinhela caída e verruga no queijo, trazer de volta a pessoa amada, espantar o azar, seja qual for o seu mau, você encontrará um “médico” oferecendo a folha certa para lhe curar os males. As garrafas de banho de folha e os pós “milagrosos” são vendas certas, assim como os banhos de folha, o tira quizanga, que é um banho de descarrego para ‘quebrar mau olhado e abrir caminhos’. Tem também o pega homem, utilizado para quem deseja conquistar alguém; sai de mim, quebra feitiço, corredeira, pega mulher, faz quem não quer, entre muitos outros.
Cerâmica, incenso e imagens de santos, nada falta. Da carne bovina aos peixes e frutos do mar, camarão seco, farinha, quiabo, frutas, batata, tomate e pimenta para todos os gostos (vermelha, de cheiro, baiana, dedo de moça e japonês). Tem maxixe, jiló, tamarindo e até vela preta. Sem esquecer de mencionar as frutas e verduras, elementos habituais nas feiras livres. Contudo, o espaço descendente de Água de Meninos, a Feira de São Joaquim é muitos mais do que uma simples feira. É o coração do abastecimento da população de Salvador.
São ruas que se entrelaçam, parecendo obra de Dédalo das ficções da mitologia Grega, num imenso labirinto a ser percorrido para que se possa encontrar tudo que necessita. Segundo dados da Prefeitura de Salvador, são mais de 4 mil boxes espalhados pelas 22 ruas. A feira ocupa aproximadamente dez quadras, abrigando 75 mil feirantes, entre transportadoras, vendedores, carregadores e demais trabalhadores, atendendo cerca de 10 mil consumidores por dia.
ARTESANATO – Outro ponto forte de vendas na feira, o artesanato é um dos motivos de fazer da feira um ponto turístico alternativo. Como maior atrativo, esculturas e artefatos ligados aos ritos do candomblé. Turistas de vários países visitam a feira e se surpreendem com a variedade de produtos comercializados. Através da Feira de São Joaquim o turista consegue identificar a realidade dos hábitos alimentares, religiosos entes tantos outros aspectos.
Apesar de toda riqueza cultural e vida que o local oferece, a deficiência em infraestrutura acaba por comprometer o viés atrativo do local. Tanto que planos de revitalização da feira já estão sendo colocados em ação, com algumas obras em parceria dos governos federal, estadual e municipal sendo realizadas em maio de 2007, como a pavimentação de algumas ruas. Projeto PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) com a drenagem pluvial e de esgoto, além de banho de luz e o banho de asfalto, todos com o intuito de oferecer cada vez mais uma infraestrutura de qualidade que não afete as características culturais da Feira de São Joaquim.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) indicou a Feira de São Joaquim para se tornar um patrimônio cultural imaterial do país. De acordo com o site do Iphan, a feira está classificada como processos de registro em andamento. Ao receber este título, a feira é considerada, segundo a Unesco, como “práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural”. Ainda conforme o Iphan, o patrimônio imaterial apresenta características que promovem o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana. E a feira está no rumo de ser reconhecida como tal.
Veja também
Feira de Itabaiana
A feira de sábado existe desde 1888 e sua colonização dependia da política dominante. A feira continuou por muito tempo sem um local fixo. Apenas em 1928 foi definitivamente mudada para o Largo
Mercados Municipais de Aracaju
PRAÇA HILTON LOPES - Entre os mercados há uma enorme praça onde, além de acomodar diversos feirantes, também já foi palco de muitas festas da cidade como o Forró Caju, Halleluya e outros
Mercados Públicos do Rio Grande do Norte
Mercado Local Principais Produtos Ofertados Mercado Público da Redinha (1937) Natal Ginga com tapioca, peixes, etc. Mercado Público de Caicó (1918) Caicó Comidas típicas da região; galinha caipira, arroz de leite, buchada, rabada,
CECAFES, Natal
Hoje beneficia diretamente 40 famílias da agricultura familiar e 27 organizações jurídicas, que comercializam produtos como: hortifruiti granjeiro, leite e seus derivados, polpa de frutas, galinha caipira, carne de carneiro, castanha de caju,
Feiras Livres de Natal
Dia Feira Endereço Horário Segunda-feira Rocas Rocas 05h às 17h Terça-feira Felipe Camarão Felipe Camarão 05h às 13h Igapó Igapó 05h às 12h Quarta-feira Aliança N. S. da Apresentação 05h às 13h Carrasco
Mercado do Parque Piauí, Teresina
Mercados e Feiras