Uelcimar Santos - SENAC-BA

Criada em 1960, como opção para a transferência da Feira de Água de Meninos, só após o incêndio a Feira de São Joaquim começou a se estabelecer e se tornar a maior feira livre da cidade de Salvador. Hoje a mais tradicional para a população de baixa renda, não só dos soteropolitanos como do Recôncavo baiano, passou a ser o elo comercial entre Salvador e outras regiões da Baía de Todos-os-Santos, como Maragogipe, São Félix, Nazaré, Bom Jesus dos Passos e Ilha de Itaparica. Localizada na região da Cidade Baixa, entre a Baía de Todos-os-Santos e a Avenida Oscar Pontes, no bairro do Comércio, ocupa uma área de 35 mil m². Sua importância é vital para o comércio, cultura alimentar da cidade.

Transita-se entre aves, suínos e caprinos, vivos ou abatidos, além das folhas que atendem à dona de casa e às celebrações religiosas. Curar o mau olhado, espinhela caída e verruga no queijo, trazer de volta a pessoa amada, espantar o azar, seja qual for o seu mau, você encontrará um “médico” oferecendo a folha certa para lhe curar os males. As garrafas de banho de folha e os pós “milagrosos” são vendas certas, assim como os banhos de folha, o tira quizanga, que é um banho de descarrego para ‘quebrar mau olhado e abrir caminhos’. Tem também o pega homem, utilizado para quem deseja conquistar alguém; sai de mim, quebra feitiço, corredeira, pega mulher, faz quem não quer, entre muitos outros.

Cerâmica, incenso e imagens de santos, nada falta. Da carne bovina aos peixes e frutos do mar, camarão seco, farinha, quiabo, frutas, batata, tomate e pimenta para todos os gostos (vermelha, de cheiro, baiana, dedo de moça e japonês). Tem maxixe, jiló, tamarindo e até vela preta. Sem esquecer de mencionar as frutas e verduras, elementos habituais nas feiras livres. Contudo, o espaço descendente de Água de Meninos, a Feira de São Joaquim é muitos mais do que uma simples feira. É o coração do abastecimento da população de Salvador.

São ruas que se entrelaçam, parecendo obra de Dédalo das ficções da mitologia Grega, num imenso labirinto a ser percorrido para que se possa encontrar tudo que necessita. Segundo dados da Prefeitura de Salvador, são mais de 4 mil boxes espalhados pelas 22 ruas. A feira ocupa aproximadamente dez quadras, abrigando 75 mil feirantes, entre transportadoras, vendedores, carregadores e demais trabalhadores, atendendo cerca de 10 mil consumidores por dia.

ARTESANATO – Outro ponto forte de vendas na feira, o artesanato é um dos motivos de fazer da feira um ponto turístico alternativo. Como maior atrativo, esculturas e artefatos ligados aos ritos do candomblé. Turistas de vários países visitam a feira e se surpreendem com a variedade de produtos comercializados. Através da Feira de São Joaquim o turista consegue identificar a realidade dos hábitos alimentares, religiosos entes tantos outros aspectos.

Apesar de toda riqueza cultural e vida que o local oferece, a deficiência em infraestrutura acaba por comprometer o viés atrativo do local. Tanto que planos de revitalização da feira já estão sendo colocados em ação, com algumas obras em parceria dos governos federal, estadual e municipal sendo realizadas em maio de 2007, como a pavimentação de algumas ruas. Projeto PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) com a drenagem pluvial e de esgoto, além de banho de luz e o banho de asfalto, todos com o intuito de oferecer cada vez mais uma infraestrutura de qualidade que não afete as características culturais da Feira de São Joaquim.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) indicou a Feira de São Joaquim para se tornar um patrimônio cultural imaterial do país. De acordo com o site do Iphan, a feira está classificada como processos de registro em andamento. Ao receber este título, a feira é considerada, segundo a Unesco, como “práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural”. Ainda conforme o Iphan, o patrimônio imaterial apresenta características que promovem o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana. E a feira está no rumo de ser reconhecida como tal.

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