Luciana Araújo e Uelcimar Cerqueira

Não só das cocadas e bolinhos de estudante no tabuleiro da baiana de acarajé vive a fama da doceria baiana. A inventividade deste povo nos leva à apresentação da sobremesa de destaque para o Doce Natal 2022, que tem origem marcadamente soteropolitana, sem precisão de data de nascimento ou definição de autoria, batizada como Torta Búlgara.

A Torta Búlgara já conquistou seu espaço não apenas pelo sabor e simplicidade de seu preparo, mas pelo aroma e textura indescritíveis. Com uma combinação simples de ovos, açúcar, manteiga e chocolate, a sobremesa virou febre na capital, e sua fama logo ganhou lugar entres as sobremesas mais desejadas em todo o estado, disputando diretamente com o quindim e o pudim que os portugueses nos apresentaram.

Desta forma, para o Doce Natal 2022 que tem como tema o café, a releitura da sobremesa será feita em uma dobradinha a quatro mãos. Nossa aluna do curso Técnico em Gastronomia Luciana Maria Figueiredo Araújo foi quem escolheu e elaborou a receita inspirada na baianíssima Torta Búlgara, que terá em sua composição a adição do pó do café Vergato da Chapada Diamantina, região que outrora brilhava com seu ouro e diamante, e em tempos atuais se destaca pela produção de grãos especiais de café.

Tradicionalmente servida com creme de leite, em sua releitura teremos como referencial baiano, único estado do Nordeste com cinco biomas (cerrado, mata atlântica, costeiro e marinho; e caatinga), a produção de uma calda que põe em destaque a fruta do bioma Caatinga, o maracujá da caatinga.

Nossa releitura da Torta Búlgara terá o nome D’Opanes, creme de café vergato com chocolate 32% e cacau pó, servido com calda toffee de maracujá da caatinga.

INGREDIENTES (Torta – por Luciana Araújo – aluna do curso técnico em Gastronomia/BA)
  • 30g de pó de café vergato

  • 50g de cacau em pó

  • 50g de chocolate 32%

  • 200g de açúcar refinado

  • 200g de manteiga

  • 5un de ovos

MODO DE PREPARO
  1. Misture em um bowl (cuba) a manteiga, açúcar, cacau e chocolate em pó e o café, e cozinhe em banho-maria, até que o açúcar se dissolva por completo;
  2. Em um recipiente à parte quebre os ovos e bata-os ligeiramente. Misturando constantemente o creme que está cozinhado em banho-maria, adicione os ovos, sem parar de misturar. Cozinha em banho-maria por mais 5 minutos, cuidando para não criar grumos. Se preferir, pode retirar o bowl do banho-maria e esperar amornar e colocar os ovos para não correr riscos de empelotar.
  3. Unte formas individuais no formato de sua preferência com óleo e polvilhe com açúcar refinado. Leve ao forno para cozinhar em banho-maria por uma hora. Deixe esfriar e sirva com a calda de maracujá da caatinga.
INGREDIENTES (Calda – por Uelcimar Cerqueira – observador OPANES/BA)
  • 300g creme de leite industrial

  • 250g de açúcar cristal

  • 100g de manteiga

  • 200g polpa de maracujá da caatinga com semente

MODO DE PREPARO
  1. Inicie o preparo da calda colocando o açúcar em uma panela e leve ao fogo baixo para não queimar de deixar com gosto amargo, derreta completamente o açúcar.
  2. Com o fogo desligado, após o açúcar estar derretido, acrescente a manteiga e mistures até que a mesma se incorpore totalmente ao açúcar derretido gerando uma calda aveludada de cor caramelo.
  3. Ainda com o fogo desligado acrescente a polpa de maracujá e o creme de leite retornando ao fogo até que levante fervura.
  4. Deixe cozinhar por 3 minutos. Quanto mais tempo ficar ao fogo maior será a textura da calda.
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