O mercado e a feira são importantes lugares para se conhecer uma comunidade, uma região, uma cultura. Esses espaços revelam histórias e, sem dúvida, são os melhores cenários para se viver um sentimento de mundo.
As relações sociais experimentadas no mercado e na feira fazem uma espécie de introdução à cultura do território, e isto possibilita uma ampla e rica experiência para o consumidor.
No mercado e na feira, há uma forte energia telúrica que se confirma nos ingredientes que chegam da agricultura, e de outras formas de trazer a natureza para estes espaços. E não há apenas insumos para o abastecimento. Encontramos também objetos artesanais, utensílios culinários e comidas, que são servidas nas barracas, nos balcões e nas mesas coletivas.
O mercado e a feira consagram-se como territórios sociais para encontros, conversas e celebrações. Por tudo isto, o mercado e a feira são lugares de interação entre a pessoa e o produto.
Mercar, vender, comercializar, é um ritual. Nesses rituais públicos participam tanto quem vende quanto quem compra. Há uma interação com as possibilidades do produto que revela e orienta o seu consumo.
As memórias moram nos mercados e nas feiras, e lá são contadas as suas histórias para que se revelem as suas identidades. E seus espaços têm marcas de uso e têm energias que trazem um sentido de vida.
No mercado e na feira, podem-se observar as melhores representações do meio ambiente e da biodiversidade. Lá, pode-se viver também um sentimento patrimonial.
Raul Lody