Monique Badaró, SENAC – BA
Junto com os ritos religiosos e profanos, a gastronomia “popular” ocupa um lugar de destaque. São muitos os alimentos disponibilizados na festa.
As baianas, com seus tabuleiros, vendem acarajé, abará, passarinha e cocada. As barracas em torno da festa, que eram tradicionalmente pintadas e ornamentadas, hoje padronizadas e sem a singularidade que as marcava, vendem comidas e bebidas. Como relata Ruth Landes:
“… A fragrância da comida em preparo se exalava no ar aquecido. Não vi ninguém se esforçando por vender, se bem que as barracas estivessem cheias de fregueses. Havia enorme consumo de tapioca e de laranjada “americana” que, tenho certeza, fora engarrafada nos Estados Unidos havia muito, pois o seu sabor estava horrivelmente estragado por preservativos. Havia também aruá, que era a bebida da gente do culto, e água de coco, fresca, bebida no próprio coco”.
(LANDES, Ruth. A cidade das mulheres. Trad. Maria Lúcia do Eirado Silva. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967, p. 100).
As iguarias encontradas nas barracas da Festa do Bonfim são as mesmas de quase todas as festas de largo de Salvador: feijoada, dobradinha, sarapatel, mocotó, bem como algumas comidas a base de dendê como xinxim e moquecas. Alguns barraqueiros, inclusive, levam os ingredientes e preparam a comida no local.
Os ambulantes vendem tira-gostos e comidinhas diversas como mingaus, beiju, milho (cozido ou assado), amendoim, churrasquinhos, pipoca (doce e salgada), rolete de cana, cachorro quente, além de água, refrigerantes e bebidas alcoólicas e produtos diversos. As frutas da época, que eram tradicionalmente consumidas durante a festa perderam espaço.
Há ainda as tradicionais feijoadas servidas na casa de algumas famílias do entorno, para parentes e amigos. Mais recentemente, as “feijoadas vips” e pagas se associaram à festividade religiosa.
Quanto às bebidas, são consumidas cervejas, cachaça, rum ou vodka, além da água de coco, água mineral ou filtrada em saquinhos, refrigerantes. As batidas de frutas muito procuradas no passado são cada vez menos consumidas.
FONTE: informações recolhidas no Dossiê Iphan: Festa do Bonfim – A maior manifestação religiosa popular da Bahia.
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