Monique Badaró, SENAC Bahia

Os hábitos alimentares de uma dada região possuem características histórico-culturais que determinam a sua identificação territorial, sendo considerados um patrimônio imaterial.

A partir de 1989, a Unesco começa o processo de sensibilização dos Estados-Membros e sociedade quanto à importância de adotarem medidas e fazerem um inventário de sua herança cultural intangível. As cozinhas regionais constituem um bem cultural maior. E o seu processo de patrimonialização busca preservar o conhecimento das preparações tradicionais, bem como os ingredientes que as integram.

No Nordeste, a produção tradicional da cajuína, no Piauí, bem como o ofício das baianas de Acarajé, na Bahia, foram reconhecidos pelo Iphan como patrimônio imaterial nacional, assim como o ofício das paneleiras de Goiabeiras, no Espírito Santo. Alguns governos subnacionais vêm registrando seu patrimônio gastronômico como imaterial. A tapioca do Alta da Sé, em Olinda, é um exemplo dessa iniciativa pela Prefeitura de Recife, no Nordeste.

O processo de patrimonialização reforça-se com as indicações geográficas dos produtos tradicionais brasileiros.

Estado Indicação de Origem (IO) Indicação de Procedência (IP)
AL Própolis vermelho de Manguezais de Alagoas
BA Cachaça de Microrregião Abaíra

Cacau do Sul da Bahia

ES Cacau de Linhares Inhame de São Bento de Ucrânia
PI Cajuína
RN Camarão da Região da Costa Negra

Melão de Mossoró

NE Uvas e mangas do Vale do Submédio São Francisco

No contexto da economia da experiência e dado o papel que a gastronomia representa para o desenvolvimento do turismo, observa-se a valorização crescente de pratos e produtos que retratam as especificidades e tradições alimentares dos territórios.

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