Monique Badaró, SENAC Bahia

A busca por uma vida mais saudável leva à valorização da comida natural, fresca, caseira, com ingredientes sazonais, cultivados localmente, pouco ou não processados, livres de agrotóxicos e com sabor. Nessa direção e pelo impacto na saúde e no desenvolvimento de enfermidades, o consumo de alimentos processados, farinhas refinadas, gorduras trans e açúcares vem sendo cada vez mais contestado.

A atenção à saúde tem ampliado também o gosto por preparações com ingredientes funcionais, com propriedades benéficas e que dão energia ao corpo, como os chás, óleos vegetais, cereais integrais, hortaliças com talos, frutas com cascas, algas, produtos lácteos fermentados etc.

As diversas dietas (vegetariana, paelo, keto /cetôgenica, pegana, entre outras) que surgem inscrevem-se nesse contexto de saúde, boa forma e bem-estar. Elas promovem a (re)introdução de novos tipos de alimentos e/ou a erradicação de outros, impulsionando mudanças nos hábitos alimentares. A crescente oferta de serviços de dieta personalizada por alguns restaurantes atesta nessa direção.

O veganismo, que elimina o consumo de proteínas animais, está aumentando no mundo, principalmente entre as gerações mais novas. A culinária vegana tem buscado realçar os sabores dos alimentos e, por isso, deixou de ser vista como insípida. Até mesmo os vinhos estão se rendendo ao veganismo, eliminando do preparo os produtos de origem animal tais como albumina, sangue, cola de peixe, caseína etc.

As carnes vermelhas estão sendo retiradas do cardápio, não só daqueles que procuram alimentos saudáveis, mas também dos que se preocupam com o meio ambiente, conforme veremos abaixo. Nesse contexto, até os hambúrgueres estão sendo preparados sem carnes.

No entanto, pelos benefícios que essas proteínas animais proporcionam, há os que apenas diminuíram a quantidade, como os flexitarianos, ou os que consomem somente as orgânicas, provenientes de animais não confinados, criados soltos no pasto, com alimentação natural, tratados sem antibióticos, hormônios e quimioterápicos e que são abatidos sem excesso de crueldade, no contexto da pecuária ética.

Nessa pegada, os restaurantes de alguns países, como os da África do Sul, já começaram a informar, em seus cardápios, a origem das carnes oferecidas e tipo de criação do animal, se livre ou confinada.

Na tentativa de diminuir o consumo do açúcar branco refinado, considerado maléfico à saúde, observa-se, além do uso de substitutos naturais (açúcar de coco, xilitol, agave etc.), mais uso de vegetais para adoçar as preparações e reduzir a necessidade de qualquer tipo de adoçante.

No que diz respeito às gorduras, os consumidores optam cada vez mais pelos óleos vegetais, de preferência os não refinados, bem como o uso de manteigas ghee e outros substitutos naturais.

Entre os cereais, assiste-se a uma diminuição do consumo de farinha de trigo e o consequente aumento na preferência por outros produtos à base de cereais. Até as massas para pizzas estão sendo feitas com vegetais, em substituição à farinha de trigo.

Ainda na linha dos produtos naturais, de acordo com relatório da Baum+Whiteman, surgem os comestíveis de maconha. Na tentativa de aproveitar os seus efeitos medicinais, chefs americanos, sobretudo, preparam pratos tanto doces quanto salgados. A erva é também utilizada no preparo de bebidas, como é o caso das cervejas.

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Cozinha Natural, Orgânica e Saudável

A atenção à saúde tem ampliado também o gosto por preparações com ingredientes funcionais, com propriedades benéficas e que dão energia ao corpo, como os chás, óleos vegetais, cereais integrais, hortaliças com talos,

Cozinha Sustentável ou Ecogastronomia

As práticas sustentáveis que defendem incluem o maior uso possível de ingredientes obtidos localmente, frescos, orgânicos e da estação, sem risco de extinção, bem como o uso de energia renovável para o preparo

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