Elizabeth Assunção – SENAC-RN

Várias comunidades subsistem do plantio, cultivo, beneficiamento e venda de produtos à base de mandioca. A comunidade de Alto do Sítio, localizada a cerca de 30 km de Natal – RN, no município de Ceará Mirim, é uma dessas comunidades.

Além da mandioca, eles cultivam milho, feijão verde, coco, banana e batata doce. Esses produtos são trocados entre os moradores e seus familiares, e o excedente é vendido em feiras próximas. O local é banhado pelo rio Ceará Mirim, que dá nome ao município, e em seu vale existem algumas regiões alagadas (os locais chamam de alagadiço), com o solo muito fértil, onde os produtos são cultivados.

São várias famílias que subsistem da mandioca. O ciclo dura em torno de seis meses, entre o plantio e a colheita. Não é usado qualquer tipo de agrotóxico ou fertilizante. Depois de colhida, a mandioca fica submersa em água corrente (em pequenos canais cavados próximos ao local de plantio) para amolecer. É então descascada e lavada. Depois, separa-se a goma da massa (puba/carimã).

A massa de carimã é a matéria prima para o bolo de carimã, o bolo preto e o cuscuz branco. Com a goma se faz a tapioca, o grude e a raivinha (biscoitinho).

No caso da família de Niete Lino do Nascimento, a produção é feita em um grande terreiro rodeado pelas casas dos integrantes da família. No centro do terreiro ficam o forno e o fogão á lenha. A produção começa na sexta feira e é comercializada no próprio local e em feiras próximas, no sábado e no domingo. Toda a família está envolvida na produção e todos moram em volta desse terreiro.

Já são várias gerações da mesma família que vêm dando continuidade a essa tradição. Dona Niete reclama que as novas gerações não se interessam em perpetuar a atividade, só se interessam pela internet.

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